As coisas mudam

Gostei de futebol no princípio do Verão de 2004, com Lisboa enfeitada de dinamarqueses gigantes como os campos de milho, se vistos do chão, e Santana Lopes à beira de ser primeiro-ministro. Com o país, à vez, a pôr a bandeira à janela (por via do Scolari) ou a declarar o fim do mundo (por Santana), estimulou-se-me o neurónio perverso, o do non-sense, o do viciado em jogo que põe o lúdico a atropelar o resto. As mulheres gostam dos homens que as façam rir. Foi um Verão inesquecível, entre o horribilis e o ecstasy. Desta vez, não gostei de futebol. Vi um jogo, meio a pedido, o execrável Portugal-Suíça, e não me lembro de mais nada a não ser do silêncio das tardes já mornas, e das ruas vazias no Marquês ou em Alvalade, e de em cada jogo as abençoar.

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