zero absoluto

Terei vindo a ir indo longe demais na mise-en-page? É provável. Sonhar acordado continuadamente não é vida nem sequer drama para ninguém e não são os modos furtivos que evitam o acte raté que funde medo e prazer (mórbido). O resto? Há testes ao carácter que já não se usam. Por exemplo, quem ousaria rever e reproduzir Au revoir les enfants no dia mais frio do ano na cidade mais foggy do planeta sem os contar a todos? Uma coisa é certa, acabou-se o que era doce, poleiros e arranjinhos. Sim, irei desta para melhor sem dar luta. Nosso Senhor não me deixe pôr a mão na massa e o pé em ramo pintado de verde se minto. Frente ao espelho, quer dizer frente a homem em crise de fé e quase a perder o titre d'office fico sobretudo encabulado. Guardo os esgares miméticos para quando, vagamente ocupado pelo problema de o método torcionário e a unidade moral da pessoa humana, ponho a visão virtual de 360º a circundar mulher afro-muçulmana na hora de botar acocorada pimpolho ao mundo. É por isso que digo que, quanto a the catholic connection, antes na minha boca gentia ou na do garoto da Madeira que o futebol desviou dos pedófilos de Bruxelas para os proxenetas de Manchester - bem feita, senhoras e senhores que vos desunhais por dois dedinhos de conversa esponjosa, é muito bem feita que só saiam coelhos bem mortos da cartola. Em bocas que cavalgam a autoridade em dez-réis de bom senso só pode virar farelo e sabão, muito muito sabão.

Se penso regressar a este foyer virtuel? Até parece que não me conhece(m). Farei o que toda a vida fiz: fico-me, no meu castro e por uma sugestão (de resolução) de ano novo. Destina-se à gente moderna e novinha em folha que, não dando mostras de se cansar disto, resolve os calafrios da vida caindo nos braços da primeira fêmea com instintos maternais que encontra pela frente à pala da melhor das melhores intenções: tentar perceber por corpo e alma o que deu ao Kierkegaard para salvar o Don Juan da fogueira romântica. Como reza? Ai não que não reza: vá lá, sêde umas para as outras.

Comentários

E eis o imenso adeus (ambivalente, ok). Foi tão bom.
PC disse…
queres ver... les quat'z'arts avaient fait / les choses comme il faut

-....-

"Coucou" onde?
João disse…
Em lado nenhum. Isto está mesmo bom para um tiro na cabeça, espalha mais miolos que brasas - que os quat'z'arts - é mesmo assim que se (d)escreve? - jamais pretenderam ser.

A verdade por detrás do grande homem? Uns na crise, outros a pão e água.

O plano? Salve-se quem puder.

P.S. Maria, amanhã começo a ressacar. Tu deixa-te disso.
Anónimo disse…
Que pena. Tanta, tanta pena. Quer dizer, peninha.
Anónimo disse…
Andam por aí a dizer que isto é - era! - da da Costa. Eu já me contentava que fosse da Joana'. Não se pode ter tudo? Nem se deve tentar.
Anónimo disse…
Isto fica assim?
Anónimo disse…
As primas. Salvem as primas.
Anónimo disse…
Faz hoje um mês que (se) passou. Tinha uma vaga esperança de chegar aqui e deparar com qualquer coisinha. Pelos vistos - e vasculhei quanto pude - não há maneira. Oh, well. What goes around comes around.
Pois segue os teu 12 passos, que por aqui ainda que meio não consigo. Esta coisa peganhenta não deslarga e por todo o lado arranjinhos amigalhaços capitalistas (de ulissiponenses, entenda-se), publicam-se, emitem-se (e imitam-se), trocam cuspos para medir densidades e abraçam-se a eles mesmos e mutuamente. E depois julgam que o remanescente provinciano os quer alambazar como de pão para a boquinha faminta os seus preciosos 15 minutos. Não percebem a catarse ou local de expiação. Catarse, como referi, só para análise fluidal e de consistência - escatologia do pequeno imediato que se julga comandante da frota. Ao 1.º texto publicado num pasquim que dá o bendito para ser lido, arreia nos excluídos do limelight (julgam eles, é de 8 watts de categoria D na escala de consumo). Não suporto essa soberba, agravada (foge-me a língua para o jurídico, que para outras bandas está escuro) pela exclusão de quem se usou como pretenso ombro de ferro afectivo.
O que se passará na cabeça dessa gente tão enfatuada pela linha alheia (branca ou escrita)? Qual a razão do neo-ostracismo de quem não quer participar no jogo?
Pela garganta, de cano enfiado, provoca mais dano, mioleira aspergida (olh'árte) e espinha cindida... ó filho, não te apoquentes, então alguém pode quebrar o que neles não existe? A única que conhecem vem da tipografia e atão não a defendem com mais unhas que dentes (esses já caíram de tanto açúcar bajulatório e, porque não, pela espuma que se ajunta da (e)jaculatória), esse espacinho que julgam único e etéreo e que os outros pretendem arrebanhar.
Que estas palavras tolas te apanhem de boa saúde, e perdoa-me este dardo flamejante que por vezes me apetece lançar aos meninos a contar trocos de mediocridade à volta do fogaréu que lhes queima o juízo.
Abraço
O teu,
R.

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