zé
Ando com dificuldade em fixar a atenção na eleição. A atmosfera intelectiva, essa coisa impalpável e igualmente detestável, empacou n’os pormenores que fazem a diferença. Como sou mais de estrebuchar do que de embarcar na ars semper gaudendi a orelha tem-se mantido mouca. Mouca e, perdoe-se-me a gabarolice, personalizada. Faltar-me-á em zelo cívico o que me sobra em horizontes rasgados com representações apatetadas no semblante. Corro em todas as direcções portanto, curado que estou dessa mania sentimentalona dos sorrisinhos represos antes e um tempo depois de a comoção se transmitir ao copo de água pousado em cima da mesa-de-cabeceira. Nada de original, reconheço. Qualquer perdulário rodado sabe que não precisa de mudar de camisa para poupar no critério na hora da baboseira. De alma alhures, abri uma excepção para o Zé. A bem dizer, o Zé estugou-me o passo como crème au lait queimado na hora. Então não havia de fazer falta? Nem quero pensar no dia em que o meu Zé for carta fora do baralho. Quem me tira o brinquedo tira-me tudo. Agenda escondida? Nada disso. Tenho é muitas unhas perdidas no palheiro.