libertin de tête

Pois sim, será, Maria dos Prazeres. Mas não ferirá avivar a memória. À época a Tita andava de falinhas furtivas e sorrisos igualmente lesivos da inteligência literária com o José Eduardo, a ver se ele com ela queria arcar com o estado de casado, o solar em Ponte de Lima, a roupa, a botina, a descendência e uma série de geringonças perdidas no tempo. Lembro-me bem disto porque me lembro ainda melhor da maneira como o José Eduardo se apresentava. Pimpão, com as Oeuvres Complètes do Claude Crébillon (fils) na mão, informava: je suis l’avatar du Marquis de Versac, un libertin de tête. Às vezes fazia cara de pau e inseria drôle entre o un e o libertin. Salvo melhor raciocínio, diria que há fortes probabilidades de a variante ser código para corno muito concreto. Moral da história? Não digas que nunca infama que te dás mal.

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