passeio de inverno

Nas aventuras passageiras – aquelas que mal a lucidez se apodera da volúpia e da vista desarmada incutem uma extraordinária impaciência (e a partir da sexagésima-terceira visita uma criteriosa impotência), como na vez sem exemplo e nas horas da paparoca, da sesta e da prenda no sapatinho, tomo sempre a dianteira. Ao sim, às sopas e na mesma (como a lesma). Quanto às outras, que não são nem aventuras nem passageiras, ando a lamber feridas embora sem embandeirar (todo) o arco. É assim desde que me conheço, o que remonta mais coisa menos coisa à temporada escolar em que pingaram vinte escudos em cima da minha semanada duma aposta sobre a posição do estrôncio na tabela periódica. Infelizmente, posto a nu o sujeito, demorei-me a pinçar o perfil intelectual que a pragmática antropológica do sábio de Könisberg manda-vir-com-os-outros: als freihandelndes Wesen, a imitar a vida, desencaminhando-a. Absoluta crueza. Em mim o humanismo progressista estoirou(-me)-a-esmo: desejo, sim; sentimentos, nunca mais. O passeio de Inverno continua 2008 adentro.

Mensagens populares deste blogue

zero absoluto