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zero absoluto

Terei vindo a ir indo longe demais na mise-en-page ? É provável. Sonhar acordado continuadamente não é vida nem sequer drama para ninguém e não são os modos furtivos que evitam o acte raté que funde medo e prazer (mórbido). O resto? Há testes ao carácter que já não se usam. Por exemplo, quem ousaria rever e reproduzir Au revoir les enfants no dia mais frio do ano na cidade mais foggy do planeta sem os contar a todos? Uma coisa é certa, acabou-se o que era doce , poleiros e arranjinhos. Sim, irei desta para melhor sem dar luta. Nosso Senhor não me deixe pôr a mão na massa e o pé em ramo pintado de verde se minto. Frente ao espelho, quer dizer frente a homem em crise de fé e quase a perder o titre d'office fico sobretudo encabulado. Guardo os esgares miméticos para quando, vagamente ocupado pelo problema de o método torcionário e a unidade moral da pessoa humana , ponho a visão virtual de 360º a circundar mulher afro-muçulmana na hora de botar acocorada pimpolho ao mundo. É por
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reca(n)to (a)moral

Numa destas manhãs de torpores infindos em que, endrominando o marasmo genital com o Treatise on Probability do ai-jesus-que-lá-vou-eu J.M. Keynes, ora afigurava a Madame de Pompadour a contemplar das mais altas nuvens o Petit Trianon e a outra cabra lá dentro – até se me partiu a alma – ora me refugiava debaixo das saias da mãe – sem espreitar, claro está (com o eidos de neto de judeus abastados por seu turno netos de judeus esquartejados não se brinca), recebi uma solicitação de amizade hi5. Vinha de uma mocinha que, a par de foto alegadamente sua com dedo poisado nos lábios (por sinal assaz carnudos), me informava que fora criada às costas de preta em casa de vizinhos amigos do seu amigo de apelido estrangeiro e carteira recheada com o triste hábito de se desdizerem a toda a hora. Foi a essa disparidade normativa na história pessoal que atribuiu a cara de anjo agoniado que dela se assenhorou a partir da idade do Édipo e o embaraço dos pretendentes quando, com uma corda de nylon e

olé, josé, 1809-2009

Vejam só a feliz coincidência: bicentenário da morte e efeméride de vida produtiva (e como ascendeu socialmente, meu Deus!; do mérito à mudança de categoria, vem tudo nas tias), quer dizer sem tempo para praticar obras de caridade - os dois excertos de Die Schöpfung prendem-se à Musicæ Monumenta cá de casa, que podeis considerar folha meia-aberta meia-fechada onde se inscreve de tudo um pouco inclusive contas (d)e rosários e paisagens nocturnas de três gerações de brasileiros (era assim que lhes chamava a avó minhota da criatura que familiar meu espoliou ao jogo até ao último cêntimo). Pondo de novo a atenção no assunto, o hino da terrinha também é dele (que bicho lhes terá dado?), mas desse não quero saber para nada. O meu favorito há vinte anos - era eu menino atarantado por tanta coxa tronchuda aparentemente sem pai ou custódia - que não se ouve nos grandes palcos. Tanto quanto sei, está remetido a esse enorme pardieiro de penhores ordinários que responde por (tradução livre) Tu
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la volta dorata

O grotesco é belo. O grotesco é belo, e isto não é uma perversidade. O grotesco vem da gruta, do profundo, coisas cá de dentro , declarava a Paula Rego à Ler (a tal que está agora cheia de animaçon ) em Junho de 2003. Faço(-me à) ideia, nas minhas sete minas, mas torço e rolho o nariz à troca por troca. Mariposeio anímico, e disse. Com entranhas, vísceras revolvidas, postas cá para fora, viscosas e fedentinas sou dado a cair redondo e a ficar sem saber o que se passou. Uma maçada para quem, como eu, nem nos dias de fazer pela vida consegue esquivar-se ao estribilho festivaleiro de setentas e muitos a soar a sessenta e rigorosamente nenhum: you gotta be cruel to be kind . Foi ano, veio outro e a malta a cantar de galo? Onde é que está o problema? Só desmoralizo quando descubro que a heroína e as amazonas que a ladeiam combinam tronco de bovino, cara de cavalo e pernas de basset hound em proporções variáveis.