quem de puta faz cabedal vai acabar na cadeia ou no hospital

O vaticínio muito conceituado no séc. XIX (mas nem por isso menos mofento) que ouvi uma boa dezena de vezes sair da boca com bafo a conhaque do José Eduardo em roda de amigos de seu género e classe fidalgote de meia-tijela, secos de carnes e de ideias, o rei entre a barriga e os intestinos. Tinha o seu quê de justificação pipi e lentejoula, a puxar mais à superioridade do que à moral. Um dia tentei enfiar-lhe uma espinha na garganta. Citei o Stendhal de De l’Amour, na língua que ele afiançava prendê-lo à vida. Il ne faut pas prétendre à la candeur, cette qualité d’une âme qui ne fait aucun retour sur elle-même. Fez a cara que (o) fez toda a vida, cara de quem não percebe nada da vida. Perguntou (naquele português antiquado que acreditava que o distinguia): estás-me a dar bigode? Obviamente, nunca mais toquei no assunto.

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