dissolução

O-pior-de-nós, despojo gemebundo (ó repugnância!) do afecto que agoniza. A marcha da desagregação, a carícia recusada, a hostilidade à corte, à unção, à restauração. Ao aposento comum, à cama, à intimidade. A indiferença que pontifica na secura irrevogável, no vulto que se retira sem verbalizar a saída. A prece, um só vau, não me vires as costas. A trégua solene e impessoal, polida, alguns diálogos amenos sobre coisas miúdas, cedência higiénica. O redor. Os papéis, a renda, a tença informada na retaliação. A ideia e o corpo de outrem, acha, digressão pirofórica. A vocação para a traição, báscula da notícia. A barragem e as guinadas de ressentimento, a culpa assimétrica, timbre ácido, a exuberante ludicidade do ódio e da cólera, o acervo da incúria – tanta, tanta munição. O destino da grei, feixe da vida, a custódia, assento da privação, duas vezes carência – que os contempla, com imensa ternura, o maior desaire que a rivalidade transforma em desastre. A voz que prende e ondula (a matéria grave e a qualidade moral) ao ciciar Meu Deus, meu Deus, que fiz eu? A perspicácia clínica arrumando seu jeito judicioso no veredicto: o martírio enebria (mais que um gorgol de álcool). A liquidação na pedra angular: refar-se-á a vida. O resíduo, tocaia marginal: a azáfama do desmazelo fero e temível. A verdade e só a verdade? A história patética do kleine Leutnant caído em desgraça basta-lhe. Schöner Gigolo, armer Gigolo, zeig’ ein lachendes Gesicht. Man zahlt und du mußt tanzen. Poderá em breve lembrar. Foi todo um tempo (em que transi de medo).

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