bolinhas de sabão azul
Isto é que vai uma vida. Estava eu a pôr a cabeça de fora e determinado a pôr os cornos na lua à primeira prosa topofilica e vêm-me com derivas meio semiúrgicas meio implacáveis, à maneira de Übermensch que junta o útil ao agradável, i.e. vigia, vigia, vigia e quando ferra não deslarga – se Deus quiser, antes de ir desta para melhor ainda verei botijas de gás com forma e tegumento de osso poroso. Tentando recuperar a proporção (não a divina, que a telúrica já me dá água gelada pela barba rala), lembrei-me de uma história de um bolseiro de doutoramento de outros tempos. O pecúlio que recebia para suportar à justa e de cinto apertado a estada numa cidade do norte da Europa atrasava-se invariavelmente dois meses. A dada altura, tardou mais. Destarte, pegou no telefone e comunicou a quem de direito cá em baixo: “olhe, isto assim é muito aborrecido: os meus filhos já nem leite bebem, qualquer dia tenho de deixar de fumar.”