En gros, c’est le rapport à l’ordre, diz(ia) o Bourdieu para desatrelar a esquerda da direita, contestando a
définition floue que permite a muito boa gente de direita capitalizar à esquerda. Até terá pernas para andar, e tem o mérito de despachar a Ségolène sem melindre de género. Mas põe-me uma catrefada de problemas, intelectuais e dos tais que (nos) decaem. O primeiro, que se repete até ao fim, a própria ascese a que obriga. Não me parece que haja ascese que não inclua alguma forma de (auto-)repressão (lógica). Fica na mesma, leitor(a)? Pense no
imitatio Christi, vai ver que (nunca mais) chega lá.
Uma fórmula redentora para, perante as altas vagas da consciência, resolver a angústia nuns pirolitos inócuos e numas voltas ao estômago de tempos a tempos? O melhor que se arranja é isto:
Quando nasci, um serafim assanhado
desses que vivem feitos num oito (e sopram atrás da orelha)
disse: Vai, João! ser sinistra na puta da vida.**Isto não é um pastiche; mas sim, na boa, um plágio descarado (grosseiro?) de Carlos Drummond de Andrade.