as visitas da saúde
Para M.
Que sejam, disse, os olhos macerados por mais uma noite em branco e pelo rochedo humano que lhe sobreviera na fase mais adiantada da doença de seu pai, a lesão que alastra. Agastou-se quando o questionaram quanto à qualidade do sentimento que o invadia. Não, a bestialidade do sofrimento não era empalavrável, nem subsumível na secularização da Alma. O facto, absolutamente claro. A abominável obstinação da vida que retarda o fim apesar da constante irreversível, as dores atrozes atenuadas por doses crescentes da opiácea legal. Combate e socorro perdidos, há muito tempo perdidos. Para nada. Deus escolhe a dedo os seus. Que sejam.