[na estreia do animatógrafo,] truca-truca d’artista

Na época e anos passados deu brado, mas hoje ninguém escandalizará. Sejam almas pudicas (sem nada a perder), feministas espernéficas (falobcecadas), idealistas estouvados (com os sonos trocados), courbetianos implacáveis (a inverter o princípio no fim do mundo), pedagogos insuperáveis (com demasiado jeito para mandar em crianças), correspondentes (ciumentos) do Bloom, seja outra (menos brusca) gente. Está tudo bem, portanto. Propício. Salvo talvez um pormenor. O (notoriamente opilado) bichano chamar-se kitch. Ainda se fosse um tubarão. Fica a ideia. A haver remake eu faria de tubarão, sem espinhas. Era só vê-la entrar aos pulinhos de felicidade no mar e zupa. Quer dizer, ela, a própria, a artista, não. Deus me livre. Pr’aí a neta, que pelas minhas contas já deve estar al dente.


Carolee Schneemann, Fuses [parte I*], 1967

*Partes II (a mais naughty e também alusiva – até a escandalosa Origem do Mundo do Courbet é posta atrás das grades) e III, aqui e aqui. Por que carga d’água terão partido o filme em três é um mistério que me ultrapassa.

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